Gênero: Stoner/Doom Metal
SOBRE O ÁLBUM:
O GREEN LUNG é uma banda cult em todos os sentidos da palavra. Formada em Londres em 2017, seus dois primeiros discos, "Woodland Rites" (2019) e "Black Harvest" (2021), levaram a sensibilidade do Terror Folk para o Rock oculto, atraindo seguidores em seu país natal, o Reino Unido, e resultando em turnês internacionais com bandas como o Clutch, apresentações em festivais como Roadburn, Bloodstock e Download, e um contrato com uma das maiores gravadoras independentes de heavy metal, a Nuclear Blast Records.
Agora, dois anos após o lançamento do aclamado "Black Harvest", a banda revela seu álbum mais ambicioso até o momento. "This Heathen Land" é a manifestação mais completa do ponto de vista da banda até hoje, cumprindo o seu objetivo de longa data de, nas palavras do vocalista Tom Templar, "criar a trilha sonora definitiva para o filme de folk horror que habita em nossas cabeças".
Em "This Heathen Land", a banda forjou um som e uma identidade totalmente próprios, mantendo o peso Sabbathian e um estilo de composição viciante que tornaram seus anteriores álbuns tão amados dentro da cena underground. Desde a arte da capa até os temas líricos, "This Heathen Land" é uma carta de amor no estilo heavy metal, meticulosamente pesquisada e executada, para a paisagem folclórica do Reino Unido.
"Talvez não seja surpreendente o fato de eu ter o clássico livro Folklore, Myths and Legends of Britain (Folclore, Mitos e Lendas da Grã-Bretanha) do Reader’s Digest em minha cabeceira desde a infância", diz Templar. "Com este álbum, eu queria evocar a experiência de ler esse livro de forma sonora, para levar os ouvintes a uma viagem ao estranho mundo do folclore britânico, aos bosques, às montanhas e aos pântanos, e para inspirá-los a ver a magia que ainda existe, se você usar um pouco de imaginação".
Trabalhando mais uma vez com o produtor/engenheiro Wayne Adams no Bear Bites Horse Studio, e agora com Tom Dalgety (Opeth, Clutch, Ghost) na mixagem, a banda buscou inspiração sonora nos álbuns clássicos produzidos por Martin Birch:
"Há algo muito especial nos discos que Birch produziu no final dos anos 70 e início dos anos 80. Álbuns como Mob Rules do Sabbath e Rising do Rainbow foram feitos em uma época em que o metal não era tão codificado; quando ainda podia ser excêntrico e experimental, mas ao mesmo tempo musical e acessível. Com This Heathen Land, queríamos fazer um álbum que homenageasse esses discos clássicos e, ao mesmo tempo, acrescentasse uma sensibilidade e musicalidade modernas", diz o guitarrista Scott Black.
Isso se reflete na produção do álbum, que remete ao bombardeio maximalista do Queen, ao mesmo tempo em que mantém um peso cru e autêntico que reflete o esmagador som ao vivo da banda e as raízes sabbathianas. Embora os órgãos Hammond ainda estejam lá, a produção também marca um desenvolvimento no mundo sonoro da banda:
"Era extremamente importante para nós que o som do álbum fosse coerente com as imagens e os temas, e é por isso que passamos tanto tempo recriando meticulosamente o tipo de sintetizador que fazia parte da trilha sonora dos estranhos e assombrosos documentários de TV vintage nos quais o álbum se inspira", disse Black.
O álbum está impregnado de uma atmosfera que evoca as antigas transmissões radiofônicas da BBC, bem como os pioneiros dos sintetizadores, como Wendy Carlos, e os primeiros trabalhos de bandas como o inesquecível Goblin:
"Essas trilhas sonoras eram definidas principalmente pelas limitações orçamentárias e tecnológicas", continua Black. "Hoje, em uma época de VSTs instrumentais ilimitados, foi um desafio criativo revigorante ter que pensar em organizar a música para um conjunto de mono sintetizadores específicos de uma época (em sua maioria quebrados)"
"This Heathen Land" é o som que o GREEN LUNG criou em seus dois discos anteriores, levado à sua conclusão lógica. Isso se reflete na composição das músicas, com o álbum apresentando a mais variada coleção de canções até agora:
’The Forest Church’, inspirada na obra-prima do cinema de terror folk "Blood on Satan’s Claw", mostra a banda em seu estado mais sinistro e sombrio, antes de explodir em um refrão antológico. Subindo em um redemoinho de trilhas triplas, harmonias de guitarra intrincadas e um solo de órgão ofegante e empolgante, ela mergulha imediatamente o ouvinte no mundo do álbum.
’Mountain Throne’ é uma chamada galopante que mostra o talento da banda para compor riffs viciantes e refrães ainda mais viciantes. Um hino às vítimas dos julgamentos das bruxas de Pendle, seu trabalho pirotécnico de guitarra poderia levantar o ânimo dos próprios Demdike e Chattox.
’Maxine (Witch Queen)’, uma carta de amor à "rainha das bruxas" do Swinging Sixties, Maxine Sanders, é a música mais dançante da banda até o momento. Os riffs vibrantes se fundem com os órgãos combinados de freakbeat e harmonias vocais empilhadas e com várias camadas para criar uma das músicas mais potentes e grudentas do álbum - o equivalente do GREEN LUNG aos singles de psicopop do Type O Negative ’My Girlfriend’s Girlfriend’ e ’Be My Druidess’.
’One for Sorrow’ é uma besta única, tanto sonora quanto musicalmente. Entrelaçando assombrosas paisagens sintetizadas com riffs doom esmagadoramente pesados e um refrão épico, é o GREEN LUNG em sua forma mais pesada e devastadora. Dançando em torno de vários centros tonais, essa é uma das músicas mais progressivas do álbum e apresenta algumas das letras mais pessoais escritas por Templar.
Desde a sua criação, o GREEN LUNG tem incorporado elementos folclóricos e de raízes britânicas ao seu som, e podemos ouvir isso de uma forma mais completa na faixa ’Song of the Stones’, que é liricamente baseada na história de fantasmas de Grant Allen de 1892, "Pallinghurst Barrow". A partir de seus versos agourentos no estilo Lankum, a música floresce em um refrão pastoral e lindamente harmonizado. Com um solo de guitarra que evoca David Gilmour em seu momento mais psicodélico, ela se dissolve em uma linha de sintetizador que não ficaria deslocada em uma trilha sonora do Goblin.
’The Ancient Ways’ é um hino às caminhadas que faz referência a várias influências literárias, desde "The Old Straight Track" de Alfred Watkins até "Mythago Wood" de Robert Holdstock, e os escritos de John Muir. A música é anunciada por uma explosão de órgãos distorcidos e guitarras estridentes, ou seja o GREEN LUNG em sua forma mais bombástica. Os riffs vibrantes e grooveados remetem ao material anterior da banda, antes da música se transformar em uma jornada alucinógena em um leito de polirritmos que derretem a mente.
’Hunters in the Sky’ é inspirada na luta atual pelo "direito de circular" em Dartmoor e faz referência ao folclore da região, de Old Crockern a Wistman’s Wood. Com riffs violentos no estilo de Matt Pike, um esquadrão de pancadas e a ruptura mais pesada do álbum, ’Hunters in the Sky’ é uma das músicas mais agressivas, empolgantes e catárticas que a banda já compôs.
A música que encerra o álbum, ’Oceans of Time’, leva o título de uma frase dita no filme "Drácula" de Bram Stoker e é tão extravagante e dramática quanto o filme que a inspirou. Desde os sintetizadores introdutórios rodopiantes que evocam o vento uivando nas montanhas dos Cárpatos até um clímax emotivo e lamentoso, ’Oceans of Time’ mostra a banda em sua forma mais assumidamente musical, levando a tradição do "vampire love song" estabelecida pela faixa ’Graveyard Sun’ (do álbum "Black Harvest") a novos patamares vertiginosos.
TRACK LIST
1. Prologue
2. The Forest Church
3. Mountain Throne
4. Maxine (Witch Queen)
5. One for Sorrow
6. Song of the Stones
7. The Ancient Ways
8. Hunters in the Sky
9. Oceans of Time
FORMAÇÃO
Tom Templar » Vocal
Scott Black » Guitarra
Joseph Ghast » Baixo
Matt Wiseman » Bateria
John Wright » Órgão